12ª Paragem 2018: Que semana!

Corrida do Bodo

Tempo: 00:34:12
Distância: 10.06kms
Classificação Geral: 21º Classificado
Classificação Escalão: 14º SenM

Antes de começar a falar da prova, queria começar por falar de uma fase completamente diferente dos últimos três meses... Após algum tempo sem treinar com regularidade, sem meter intensidade nos treinos e sem grande motivação para abordar semanas de carga, voltei há cerca de duas semanas a meter o modo de treino em "on" e voltei a treinar como vinha a fazer para o MIUT. É verdade que ainda estou numa fase muito "embrionária" do treino mas as boas sensações são cada vez mais frequentes e a vontade de iniciar nova sessão de treino é cada vez maior! A corrida do Bodo aparece precisamente no final dessa segunda semana, numa fase em que o corpo está a receber carga mas que a está ao mesmo tempo a assimilar e parece que a força vai aumentando de sessão de treino em sessão de treino e as expectativas em relação ao que poderia fazer foram aumentando. 

As 19h como hora de partida davam uns contornos ligeiramente diferentes ao que estou habituado, tentei manter-me o mais calmo possível durante o dia, ter uma alimentação e hidratação equilibrada e quando chegou a hora de arrancar para Pombal "bateu" a saudade da preparação de uma prova! Optei por retomar algumas rotinas que tenho "pré prova" como a música, o foco exclusivamente na prova, o "rever" a prova mentalmente... A verdade é que em menos de nada estava completamente embrenhado e já só queria que chegasse a hora da partida! Segui para um aquecimento mais longo do que costumo fazer e depois segui para a zona onde seria dada a partida! Uma concentração inicial dos atletas de "pelotão" e depois começam a chegar os elites, homens e mulheres e isso remarcou algumas memórias que tinha do ano anterior... Em 2017 saí praticamente à morte, fiz o primeiro quilómetro abaixo de 3'10''/km e passei muito mal nas segunda e terceiras voltas, tendo sido ultrapassado por 4 senhoras na última descida antes da meta! Este ano as expectativas eram mais baixas, só queria melhorar o meu melhor tempo em Pombal (precisamente os 35'49'' de 2017) e então mesmo ali na linha de partida, decidi com o meu pai meter no plano acompanhar o grupo das primeiras senhoras e logo via como decorreria a prova. 

Poucos segundos depois das 19h, um sinal sonoro vindo de uma pistola assinala o início da prova e tenho a preocupação imediata de me colar ao tal grupo da primeira senhora, ou melhor, das 3 primeiras senhoras. O ritmo inicial, que normalmente é sempre superior ao ritmo objetivo, desta vez foi bastante controlado e por coincidência até bateu com o ritmo final... Durante o primeiro quilómetro o ritmo ia sendo imposto pela Marisa Barros, um ritmo certinho, sem grandes esticões e onde me ia sentindo confortável! No segundo quilómetro, e também porque o ritmo quebrou muito ligeiramente, optei por mudar um pouco a estratégia, apesar de seguir à mesma no grupo, segui na na sua frente, tentando também eu meter algum ritmo. A primeira subida estava feita (para quem não conhece a prova, são 3 voltas a uma avenida em que metade é ligeiramente a subir e a outra metade é ligeiramente a descer). Durante a descida, acabei por me manter novamente na frente do grupo, controlando sempre pelo canto do olho se não estava a abusar no ritmo. 

Numa das descidas da Corrida do Bodo

Quando cheguei ao final da descida, notou-se claramente que a prova estava a ser exatamente o oposto do ano anterior! À medida que o grupo ia avançando nos quilómetros, o número de atletas ultrapassados ia aumentando e a motivação ia subindo... Fui passando alguns atletas e quando dei por mim, já só ia a Emília Pisoeiro atrás de mim. Tentei não abusar no ritmo à mesma e cheguei ao final da segunda subida a sentir-me muito bem, nunca sentindo necessidade de andar a ritmos mais lentos que 3'35''. Na descida seguinte acabei por abrir novamente a passada e fui passando atletas, até que no final da segunda volta me passou o Guilherme Lourenço, um velho conhecido dos trails... Como tinha o tal plano do grupo da primeira mulher, não segui atrás e mantive o ritmo.

Uma das 3 subidas da Corrida do Bodo

Fazemos a rotunda de retorno e iniciamos a terceira e última subida, ou seja, já estávamos nos últimos 3 quilómetros da prova... As sensações continuavam tão boas como inicialmente e decidi pela primeira vez na prova ajustar os objetivos! A partir dali tentaria forçar o ritmo durante a subida e na descida seria o que o corpo aguentasse. Acabei por colar ao Guilherme ainda no início da subida e na fase mais "dura", forcei mais o ritmo e segui. Fiz a terceira subida mais forte que a segunda e quando entro no retorno, na rotunda dos agricultores, abri definitivamente a passada! Inicialmente tentei juntar-me a um grupo de dois atletas que seguia à minha frente mas um deles deu um esticão e não o consegui acompanhar... Fui durante um quilómetro com o segundo atleta desse grupo e quando já faltava menos de um quilómetro, arranquei para os metros finais, ainda me aproximando do tal atleta que tinha dado o esticão mas não o conseguindo apanhar. 



Quando olhei para o relógio e vi os 34'12'' confirmei que a prova tinha corrido muito bem, que o plano inicial de seguir no grupo da primeira mulher tinha dado frutos e acima de tudo, consciencializei-me que os 33'55'' do ano passado na Golegã podem cair até ao final do ano, assim continuem as boas sensações nos treinos.

A nível de organização não há muito a dizer... Um ótimo percurso para uma prova de 10kms, com muito espaço para os atletas poderem correr e fazer as ultrapassagens necessárias, com muita gente ao longo da avenida e com prémios monetários que atraíram alguns dos melhores atletas nacionais... Os meus parabéns! 

Comentários

  1. Que tempo brutal. Quando oiço alguns energumeros dizerem que a malta vai para o trail porque não consegue andar depressa lembro-me do teu e de outros exemplos. E que prova competitiva, também! Haviam prémios monetários? Diria que numa prova normal de aldeia um 34 baixo daria para mais que 21º!

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    1. Nas São Silvestres nota-se sempre que a malta do Trail não anda nada na estrada... O ano passado fiquei sem dedos nas mãos para contar a quantidade de malta que baixou dos 35' aos 10kms ;)
      Foi mesmo... Cada vez que o grupo da frente passava do outro lado do circuito notava-se bem os ritmos que estavam ali a ser praticados... E sim, havia prémios monetários e bem "chorudos" daí a quantidade de "elite" presente na prova :)

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