12ª Paragem: Assim vale a pena!

Trail Serra dos Candeeiros

Tempo: 01:41:21
Distância: 23.20kms
Classificação Geral: 5º Classificado
Classificação Escalão: 5º SenM

Para mim a foto do evento, obrigado "Fernandes Fotografia"


3 Fins de semana, 3 provas... Foi assim que entrei em Abril! Começou logo no dia 1, com o Ultra Trail do Piodão, uma prova a contar para o Campeonato Nacional de Ultra Trail. Ao dia 9 participei no Cork Trail Running, prova a contar para o apuramento para a Taça de Portugal de Trail e por fim, no dia 14 a última prova da sequência, o Trail da Serra dos Candeeiros, prova a contar para o Circuito do Calcário (3ª participação em 5 provas já disputadas em 2017).

As duas provas anteriores deixaram ótimas indicações... O corpo estava a responder cada vez melhor, no Cork consegui fazer uma ótima recuperação nos últimos quilómetros e nesta última prova, que era a mais curta queria sair forte desde início e acabar ainda mais forte! Ainda por cima esta prova era realizada numa zona mais "serrana", com subidas longas e duras, e queria aproveitar este tipo de terreno para fazer a maior diferença possível... Tentei fazer uma boa análise da prova, consegui recuperar bem do Cork Trail e queria mesmo estar no meu melhor! Até porque uma boa prova minha e do resto da equipa permitiria a 3ª vitória coletiva em 3 provas disputadas do Circuito do Calcário.

Na sexta feira sentia-me em plenas condições para a prova... Aquele nervoso miudinho começou a apoderar-se de mim, queria partir o mais rápido possível para ver até onde a forma me poderia levar. Saímos de Torres Novas com uma enorme delegação, uma das maiores da época e após uma rápida viagem, chegámos ao local de levantamento de dorsais. Apesar de ainda termos algum tempo, tentámos ao máximo ser rápidos nesta fase de preparação porque numa corrida tão curta o aquecimento era fundamental. Após equipar, tirámos a fotografia da equipa (ou parte dela) e seguimos para o aquecimento.

Parte da equipa pronta para a partida
Fizemos 10 minutos de corrida, aproveitamos para ver a parte inicial do percurso e seguimos para a linha de partida. Foi lá que conheci pessoalmente o Tomás Estevães, um amigo que vai acompanhando a minha carreira pelas redes sociais e que tem sempre uma palavra de incentivo, naquele dia fê-lo pessoalmente, obrigado pelo apoio Tomás. Depois foi cumprimentar a malta habitual e às 9h estávamos prontos para arrancar. A partida foi dada às 9h30min (sem aviso do atraso pela organização), pelo meio lá fomos aquecer outra vez (obrigado Bué pela ajuda), e só às 9h25' voltámos para a linha de partida. 

Eu e os Pedros à espera da partida

Às 9h30', após contagem decrescente de 3 até 0 lá saímos para a prova... Adivinhava-se um percurso rápido, pelos poucos quilómetros que tinha o percurso mas ao mesmo tempo duro, pela forma como a altimetria se apresentava (metade desta estava apenas em duas subidas). Assim que a prova começou formou-se logo um grupo de atletas que acabou por ser parte dos 10 primeiros classificados da geral. A primeira fase da subida (a mais longa da prova), ainda na zona do parque de campismo foi feita a ritmo relativamente controlado até que chegámos a uma zona plana, durante 400 metros e após isso sim, começava a subida da serra. Foram mais de 2.5kms com 300mts de D+, uma inclinação superior a 10% que se fazia sentir e de que maneira nas pernas... O Diogo e o Gildo saíram logo para a frente do grupo e ganharam alguma distância, pouco depois do meio da subida, o Nuno Dias passou também para a frente e já mesmo a chegar ao topo e na fase inicial da descida, passou o Pedro Ribeiro e o Carlos Bárbara que formaram logo um grupo à minha frente. Eu acabei por ficar ligeiramente para trás, até porque apesar de estar a arriscar mais nas descidas, acabo por não conseguir impor os ritmos a que se seguia na frente. Durante esta descida chegam também o Bruno Pereira e o Arménio Coelho. Apesar de o percurso estar muito bem marcado (mudanças de direção marcadas com várias fitas do lado para onde o percurso ia virar), acabei por entrar para um trilho que percorremos em 2015 (ano em que se realizou um percurso com 42kms nesta prova) e deixei de ir a puxar o trio para passar para a cauda do grupo. Assim chegamos ao primeiro abastecimento, nenhum para mais de 3 segundos e seguimos pela ordem que chegámos. O percurso era a descer e apesar do ritmo elevado a que ia fiquei ligeiramente para trás... Menos de 1 quilómetro depois inicia-se nova subida bastante inclinada e consigo logo aproximar-me do duo que seguia logo à minha frente. Eu e o Arménio acabamos por seguir e o Bruno fica ligeiramente para trás sendo que mesmo no final da subida passo também o Arménio e sigo na frente. Seguia-se uma pista de downhill, evitei ao máximo os saltos para que o corpo não se ressentisse dos impactos e assim que o trilho voltou a ficar plano, voltei a "disparar". Estava a sentir-me mesmo bem a rolar e após uma ligeira mas intensa subida, chegamos à Ecopista de Porto de Mós.

Entrada na ecopista, já com ligeiro avanço sobre o Arménio e o Bruno
É aqui que vejo que realmente a prova está a sair-me bem, vejo o Carlos Bárbara logo à frente, consigo apanhá-lo e seguir. Mesmo quando estava a chegar à zona onde estava o meu pai, já perto do fim do troço da Ecopista, vejo o Pedro, o Nuno e o Diogo. A frente da prova estava mesmo ali (excepto o Gildo) e já com mais de metade da prova tinha que dar tudo. Após um ligeiro trilho a descer iniciamos a penúltima subida da prova, a segunda mais longa e é aqui que deixo completamente de ver quem vinha atrás e tento ao máximo fazer a aproximação ao grupo da frente. O Diogo seguiu logo na frente do grupo e o Pedro ia na perseguição, restava-me tentar apanhar o Nuno Dias. O problema é que se eu estava a "apertar" o Nuno não ia menos e acabei por só conseguir colar mesmo no final da subida, no último abastecimento.

O grande problema é que assim que me chego perto, o percurso começa a entrar numa descida algo técnica (não muito, mas o suficiente para ter que travar) e deixo imediatamente de o ver outra vez. Apesar da descida ser longa e de achar que já tinha perdido a "chance" de ficar em 4º lugar, assim que voltamos a subir para a última subida da prova, vejo o Nuno novamente à frente. Só que tal como eu o vi a ele, também fui visto e não me restava mais nada além de tentar ser mais forte que ele. Ao longo da subida dava para ver que o Gildo já tinha sido apanhado pelo Diogo e que o Pedro estava a apanhá-lo. A prova estava completamente lançada, eu estava a fechar o grupo mas ainda podia ter uma palavra a dizer... Após a subida seguia-se uma descida mais técnica que a anterior e aqui admito que desanimei um pouco, ver aquele grupo ali tão perto e eu sem conseguir acompanhar aqueles ritmos. Apesar de tudo, sabia que logo atrás vinham mais atletas e não podia dar muito espaço portanto acabei por não diminuir muito o ritmo. Após 1 quilómetro numa zona mais plana, lá cheguei à meta, feliz por ter estado perto do grupo e da forma estar claramente a subir, mas com um sabor agridoce por não ter conseguido "dar luta" na parte final da prova. Quando estávamos a falar de tempos e como tinha corrido a prova, percebo que tinha ficado a menos de 1 minuto do Diogo (muitos parabéns pela prova) e a 30 segundo do Gildo que acabou por ser 4º. Fica a lição aprendida de mesmo quando parece que já não vamos chegar lá à frente, não há nada como dar tudo e no final fazer as contas. Muitos parabéns aos restantes companheiros desta luta final, estão muito fortes! Uma palavra especial para o Pedro Ribeiro, além dos parabéns, boa sorte para o MIUT!

A cortar a meta do Trail Serra dos Candeeiros
De qualquer maneira foi uma ótima prova a nível pessoal, consegui fazer uma prova de trás para a frente, conseguindo mesmo apanhar o grupo da frente. Coletivamente conseguimos o primeiro lugar e acrescentámos assim mais uma vitória às duas anteriores provas em que estivemos presentes do Circuito do Calcário. No final, ficou ainda a foto com o Tomás, que ainda me "presenteou" com uma homenagem no Facebook, obrigado por tudo e tal como te disse, continua a trabalhar para que um dia sejas o ídolo de alguém.

Foto com o Tomás Estevães
A organização esteve brilhante no que ao percurso diz respeito, uma zona muito bonita, um percurso muito duro que permitiu aos atletas desfrutar de uma bela manhã na serra dos candeeiros. Em relação ao local de partida/chegada também é bom, fora da população mas perto, evitando grandes deslocações de meios. Falharam em alguns pormenores, como o horário da partida e um prémio que estava previsto no regulamento mas que acabou por não ser cumprido. De qualquer maneira, os erros servem para crescer e é com eles que se pode atingir um nível superior, parabéns pela prova!

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