Época 2017: Devagar ou lento, em frente é em frente!

O final da época de 2016 deixava antever um ano de 2017 com muitas alegrias. Desde o GTSA em que consegui um segundo lugar até ao Trail do Zêzere onde consegui alcançar o terceiro lugar dos Seniores Masculinos do Campeonato Nacional de Trail, o futuro só se podia adivinhar risonho.

A verdade é que nem sempre as coisas correm como previsto... Uma lesão em Dezembro limitou-me durante praticamente todo o primeiro semestre e apesar de não ter parado (antes pelo contrário, fiz mais quilómetros do que o período equivalente de 2016), o treino parecia não render o que queria. O segundo semestre foi algo atribulado, alternando meses de bons treinos com meses que considero fracos. A verdade é que o melhor momento da época foi no final desta e a vontade de fazer mais e melhor em 2018 aumentou exponencialmente. Fica assim o resumo de toda a época através de algumas fotos:

Prmeira prova do ano, primeira vitória... E logo num tipo de prova onde nunca tinha ganho, em estrada, na S. Silvestre do Alqueidão da Serra! O início da nova época seguia a linha da anterior no que a sensações dizia respeito! 


A última prova de trail do ano, feita numa fase de algum cansaço acumulado das semanas de treino que estava a levar para iniciar 2017 o mais forte possível. Aos 15kms, um salto para um lado e o retorno ao trilho por outro salto estragaram tudo! Uma entorse deixou-me completamente ko e o futuro outrora tão risonho, passou a ser bem sombrio.


Como tinha dito, a lesão deixou-me completamente ko... Apesar de tudo tive permissão de fazer a São Silvestre da Golegã, com uma ligadura funcional no tornozelo e tentar dar o meu melhor, apesar de duas semanas praticamente sem treinar. Ainda consegui aproximar-me bastante do meu RP, ficando apenas a 33'' deste. 


A S. Silvestre da Golegã tinha deixado alguma motivação para poder abordar os Trilhos dos Reis com alguma competitividade... Saí forte, mas logo na primeira subida percebi o quão mal estava! Cada cm dos meus músculos parecia que não reagia à vontade de avançar e para piorar voltei a dar um "mau jeito" no tornozelo. Foi o pior início possível do Campeonato Nacional de Ultra. 

Foto da chegada do Trail de Ourém. A primeira vitória da época em Trail. Pela primeira vez desde Dezembro tinha conseguido fazer uma prova sem maus jeitos ou outros que tais. Uma primeira metade cautelosa e uma segunda parte mais agressiva onde estava praticamente a correr "em casa" permitiram-me ganhar esta prova e ganhar alguma moral. 


O exato momento em que o corpo "abandonou" os Trilhos do Castelejo. Trilhos demasiado técnicos, a chuva a ajudar à festa e a forma que ainda não era a melhor levaram a que apenas o pódio coletivo estivesse na mente para continuar a forçar o corpo a correr naquelas condições. Felizmente o objetivo foi cumprido, 1º lugar coletivo do Caracol Trail Team! Estava lançado o Circuito do Calcário, que tínhamos vencido em 2015.


Desde a lesão esta era a minha melhor fase, estava novamente a sentir-me bem e queria testar ao máximo o corpo. Desde a partida que segui na frente e acabei por conseguir um bom 7º lugar no Ultra Trail de Conímbriga - Terras de Sicó, com alguns dos melhores atletas nacionais. Ainda não estava perfeito mas os indicadores eram bons.


O Off Road da Barreira marcou a minha segunda prova do Circuito do Calcário... Muita lama e o consequente medo de voltar a lesionar-me (ainda para mais com a final da Taça de Ultra tão perto) a afetar-me mais do que o desejado fez com que apenas a classificação coletiva fosse relevante! Fiz 6º lugar da geral e conseguimos a desejada vitória coletiva.


Taça de Portugal de Ultra Trail realizada na etapa de Vila de Rei do Território Circuito Centro. Apesar de ainda não estar na minha melhor forma, ainda longe do que podia fazer no final de 2016, queria tentar dar tudo por tudo e no fim logo se faziam contas. O início foi muito rápido, tentei manter-me o mais próximo da frente mas acabei por pagar caro o fraco início de época. Terminei a prova completamente no meu limite, estive mais de 10' a tentar recuperar a respiração e as pernas para voltar a andar. De qualquer maneira o teste estava feito e agora era treinar para melhorar este 18º lugar e preparar da melhor forma o Estrela Grande Trail.


Quase um mês depois da Taça Nacional surgia no calendário uma prova que já conheço bem e que pelo perfil me atraía bastante. A prova decorreu de forma muito semelhante a Vila de Rei... A preparação não era a melhor para estes altos voos e acabei por melhorar 3 lugares na classificação geral. Restava tentar perceber o que estava mal e tentar melhorar. 


O Cork Trail é uma prova muito modesta mas com uma qualidade enorme... Uma preocupação permanente com a satisfação do atleta e com um percurso muito bom para o terreno que se pode encontrar em Coruche. Foi um ótimo teste e as sensações foram melhores que nas provas anteriores. Fui 4º classificado da geral.


Finalmente as sensações voltavam a ser boas no Trail da Serra dos Candeeiros. Um início cauteloso fez com que não conseguisse seguir no grupo na frente, mas com um ritmo progressivo acabei por ficar em 4º lugar da Geral e o Caracol Trail Team voltou a vencer por equipas para o Circuito do Calcário... Estávamos lançados para a revalidação do título de 2015. 


Pombal Trail Running! Esta foto tem um sabor muito especial... Consegui ganhar, o Crispim fez segundo e metemos mais dois caracóis nos 5 primeiros. Foi um verdadeiro dia de festa para a nossa equipa e foi uma ótima ajuda para o apuramento para a final da Taça Nacional de Trail, que se iria disputar nos Açores. Uma prova dura, em que voltei a ter boas sensações!


Nova prova de apuramento para a final da Taça Nacional de Trail, o Trail Castelo de Abrantes. Uma má preparação nas semanas que antecediam a prova não me permitiu abordar a prova como queria. Ainda fiz a primeira subida na frente mas depois tive que meter o meu ritmo e acabar da melhor maneira possível. Ainda deu para ser 4º da Geral e amealhar mais uns pontos para os Açores. 


Finalmente chega o dia da prova mais importante do ano, o Estrela Grande Trail! Tinha muitas expectativas em relação a esta prova: adoro correr na Estrela, a preparação embora não tivesse sido perto de perfeita estava feita e queria sair e correr! Até aos 60kms foi diversão pura... Estava a adorar cada quilómetro percorrido naquela Montanha lindíssima! Após a subida à Torre o corpo começa a desligar... O problema é que ainda faltavam 50kms! Aí valeu-me aquilo que está muito bem retratado nesta foto: a família do Caracol Trail Team! Uma disponibilidade total, preocupação permanente comigo e nunca me deixaram ir completamente abaixo! Não sei como vai correr o MIUT mas tenho a certeza que sem vocês por perto será muito mais difícil. Obrigado família! Em relação à classificação, não foi má, mas podia ser melhor: 11º da Geral e 4º SenM.


Apenas uma semana após a Estrela marquei presença no Columbeira Trail Run. Mais uma prova completamente destinada à satisfação do atleta onde aproveitei para voltar a correr a ritmos razoáveis após uma semana bem calma pós EGT. Ainda fiz 3º classificado da Geral e 2º SenM.

Após o Columbeira realizei a prova do Ultra Trail de Sesimbra, que tal como disse na altura, não irei abordar no blogue.
Os Trilhos Loucos da Reixida pertenciam simultaneamente ao Circuito do Calcário e como prova de apuramento para a final da Taça Nacional de Trail. Já conhecia esta prova por a ter disputado em 3 edições diferentes e sabia a qualidade da organização e o que custaria a subida dos postes e restantes partes do percurso. Fiz terceiro lugar da geral atrás do Guilherme Lourenço e do Pedro.


Estava a tentar ser mais rápidos em partes técnicas, sabia que essa era uma lacuna minha e que depois da lesão tinha piorado. As melhorias ainda eram pouco percetíveis mas aproveitei o Hard Trail de Montejunto para arriscar mais um pouco. Aos 15kms de prova, num salto na zona mais técnica do percurso, nova entorse! A prova estava terminada para mim e só me apetecia chorar por mais este contra tempo.


Praticamente um mês após a recaída da lesão em Montejunto surgia a Corrida do Bodo, uma prova de estrada de 10kms que serviria para testar a velocidade num circuito que de plano tinha pouco. 3 voltas a um percurso que era feito metade com desnível positivo e metade com desnível negativo. A saída foi demasiado forte e pagou-se tudo no final... Resultado final, um minuto a mais do que o meu RP. Ficou adiada a tentativa de o bater para as S. Silvestres do final do ano.


Após a vitória em 2016 no Trail Noturno da Lagoa de Óbidos, estava de volta para fazer a prova da distância da Maratona, que contaria para o apuramento para a Taça Nacional de Trail. A lesão ainda estava demasiado fresca na memória e os treinos que acabei por perder por causa da lesão fizeram com que a prestação não fosse a melhor. Era altura de trabalhar para poder alcançar melhores resultados.


Os Trilhos do Valado marcavam a última prova competitiva do Circuito do Calcário. Consegui chegar a esta prova com mais algum treino que em Óbidos e estive mais na disputa da prova. Fiz 5º da geral mas o mais importante era a vitória coletiva e respetiva revalidação do Título de Campeões do Circuito do Calcário.


Devo admitir que adoro esta foto. As 24H de Portugal foram um marco para mim enquanto atleta! Além do record da prova e de todos os registos existentes em equipas de 4 em Portugal (331kms), o espírito vivido pela equipa foi simplesmente brutal! Além disso, tivemos o prazer de ter o senhor que nos deu o nome da equipa a correr por nós... Perfeito!


Mais um regresso a uma ótima prova de 2016, o Grande Trail Serra D'Arga! Mas desta vez em circunstâncias bem diferentes... Profissionalmente e pessoalmente tive 3 semanas muito intensas e acabei por não treinar sequer perto daquilo que se exigia. Desde o início afastado da frente da prova, acabou por ser um fim de semana de aventura que acabou com 50kms numa das Serras mais bonitas de Portugal. 


Já só faltava uma prova Série 100 para a equipa terminar o Campeonato Nacional de Ultra Trail e a prova escolhida foi o Ultra Trail Serra de Grândola... Uma prova com um enorme desnível positivo e onde já estava restabelecido das 3 semanas que antecederam a Serra D'Arga. Fiquei em 2º lugar da Geral, atrás do Pedro e vencemos por equipas, a primeira vitória coletiva da equipa numa prova deste Campeonato.

Última prova de apuramento para a final da Taça Nacional de Trail, mas acima de tudo, o regresso ao Trail do Zêzere, uma prova pela qual tenho muito carinho. Consegui uma boa prestação, andei grande parte da prova em 4º lugar e assim terminei. A qualificação estava garantida e agora era tempo de apontar baterias para os Açores.


Barrancos será para mim sempre uma das localidade pela qual tenho mais carinho. E este ano regressei para correr... Uma prova por alguns caminhos que já conhecia e onde senti sempre uma carinho enorme dos amigos barranquenhos. Acabei por vencer mas acima de tudo, acabou por ser um fim de semana para reviver alguns bons momentos que passei naquela terra!


Já só faltava a última prova da época. O Epic Trail Azores marcava a final da Taça Nacional de Trail e onde queria estar muito forte, até porque as provas que a antecederam deixaram muito bons indicadores. Mas tal como o resto da época, cheia de altos e baixos, não consegui estar sequer perto do objetivo pretendido. Para compensar a má prestação individual veio a notícia no final: vitória coletiva do Caracol Trail Team! Campeões da Taça Nacional de Trail! 

Esta época acabou por ser mais de aprendizagens. Tive alguns bons momentos mas acabei por falhar em alguns momentos importantes da época. A lesão e alguns momentos instáveis quer a nível profissional quer pessoal afetaram algumas prestações mas em cada uma delas tentei tirar as ilações devidas para que não se voltem a repetir! Este início de época já está a ser abordado de maneira diferente e vamos ver como corre o início de 2018! Boa sorte para todos os atletas!

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