6ª Paragem 2023/2024 (ou 1ª Paragem de 2017): 1ª Vitória na Estrada

6ª São Silvestre do Alqueidão da Serra

Distância: 10.63km
Tempo: 00:38:45
D+: 366m
Classificação Geral: 1º Classificado 

2016 foi um dos anos em que mais quilómetros fiz. Foi um ano recheado de conquistas (vitórias em provas de trail, incluindo a vitória em Óbidos), mas uma das que dei destaque aqui no blogue foi a minha primeira vitória numa prova de estrada. Estávamos então a 12 de Dezembro, na primeira edição da São Silvestre do Alqueidão da Serra, uma prova de estrada, mas com características bastante diferentes do normal, subidas e descidas acentuadas e longas que permitiam acumular mais de 250m D+ em apenas 10km. Na altura, após algumas peripécias contadas na tal publicação, venci a prova. O mesmo se repetiu em 2017 e 2018 e depois, quer por não ter podido participar ou por não existir prova por motivos de Covid, não voltei. Até que, na altura do planeamento familiar para ir ao 10º Aniversário do Caracol Trail Team, surgiu a oportunidade de voltar ao Alqueidão da Serra e ver o que poderia fazer no regresso a um local onde já tinha vencido. Pelo que sabia, a prova não tinha mudado e encaixava que nem uma luva na obtenção de referências do que estava a ser feito até ao momento. Seguiu inscrição e seguiu a vida até chegarmos ao dia 9 de Dezembro de 2023.

A chegada ao Alqueidão da Serra foi bastante calma e ainda não existia demasiada confusão. Levantei o dorsal, fiz um pequeno aquecimento (já nem sabia o que era isso) e, pelo meio, a Inês ainda decidiu também participar na prova. Aquecimento feito, conversa com o meu pai sobre a prova e seguimos os 4 caracóis para a linha de partida.

 
Eu, a Inês, o meu pai e a Tetyana prontos para a partida

Todos os atletas prontos e, às 17 horas certas, deu-se a partida para a 6ª São Silvestre do Alqueidão da Serra. Assim que partimos, o Samuel Reis tomou a dianteira do pelotão e, numa prova tão "curta", segui atrás dele, para ver como me sentiria. A verdade é que os metros iniciais foram fortes, mas o ritmo estava a estabilizar e eu estava com muito boas sensações. 

Primeiros metros da prova, com o Samuel Reis

Tentei sair para a frente da prova e, quando olhei para trás para ver quem vinha, percebi que estava isolado. Aproveitei a primeira descida (de 3km) para meter um ritmo forte, mas estável, porque conhecia bem a última subida da prova e não podia ficar sem forças. Passo aos 3km abaixo dos 10' de prova, olho para trás e tenho um duo formado pelo Samuel Reis e por um rapaz da Marinha Grande a menos de 200m de mim, o que acabava por ser expectável, uma vez que a prova tinha sido praticamente toda a descer e não havia hipótese de fazer grandes diferenças. Se a prova estava a ser bastante rápida, estava na hora de alterar a tendência: 3,3km de prova, inicia-se a primeira grande subida da prova (1000m com 100m de D+). Esta subida tinha duas fases distintas, uma primeira fase muito inclinada, onde era um autêntico salve-se quem puder e, uma segunda, onde a inclinação abrandava e, quem tivesse forças, podia seguir num melhor ritmo. E foi isso que tentei fazer... Iniciei como se de uma rampa na serra se tratasse e, sempre que o terreno aligeirava, aumentava a intensidade até onde dava. A verdade é que, após mais de metade da subida, olhei para trás e já não via ninguém a perseguir. De qualquer das maneiras, como disse no início do post, esta prova servia também para ganhar referências em relação ao trabalho que temos estado a desenvolver e mantive a intensidade que tinha levado até ali. Chego ao topo da subida, faço uma curva à esquerda para um itinerário principal e iniciamos nova descida. Já tínhamos quase metade da prova realizada e os riscos começavam a estar cada vez mais calculados. Tentei meter um ritmo mais alto e, a partir dos 200m de descida, foi raro o momento em que andei mais lento que 3'10''/km. As sensações estavam boas e ainda melhores ficaram quando percebi que estava numa zona do percurso que já conhecia de cor das anteriores edições: passagem pela rotunda da entrada da aldeia, subida até às primeiras casas, descida agressiva até à subida final e uma última longa e inclinada subida. A subida da rotunda até às primeiras casas correu muito bem, mas o que me deu maior prazer foi mesmo a descida final... As pernas estavam soltas e aproveitei para esticar ritmos durante toda a descida. Percebi que já não vinha ninguém atrás há algum tempo e foquei nos tempos de anos anteriores. Queria tirar tempo aos 37'15'' e 37'17'' de 2017 e 2018, respetivamente. Entrei na subida final, comecei-a muito forte e consegui chegar ao cruzamento sem grandes quebras (até ultrapassei a bicicleta do 1º lugar, porque furou :p). Virando à esquerda, na placa dos 9km, acontecem duas coisas: percebo que a prova tem mais distância do que em edições anteriores e percebo também que, embora não tivesse levado com o homem da marreta, senti pela primeira vez as pernas a quebrar. Tentei meter um ritmo (ainda consegui fazer o último quilómetro completo em 3'53'', a subir) que desse para acabar forte, sem estourar e consegui chegar à meta exatamente com o mesmo ritmo que nas edições de 2017 e 2018, o que significa que há espaço para melhorar!

Chegada da prova

No final da minha prova aproveitei para tentar recuperar a respiração e, após a chegada do Samuel, segui para ir buscar o resto dos caracóis à prova. A Tetyana já estava no último quilómetro, dei uma ajuda até ao Pelourinho e, quando volto para trás, reconheço logo a seguir o correr da Inês. Pergunta-me a distância, digo que está nos últimos 600m de prova e tento puxar os últimos metros (digo tento porque ela gosta muito de guardar forças para os últimos metros e eu já não estava em condições de disputar um sprint final) e, após passar a meta, fui-lhe dar os parabéns pelo 2º lugar da geral e a primeira vitória na estrada no escalão de SenF. Parece que esta prova está destinada a isto, foi perfeito!

Chegada da Inês, comigo atrás, após ter perdido o sprint final

Em relação à minha prova, deixou ótimas indicações e, o treino do dia seguinte, deixou ainda melhores. Seguimos o trabalho que este fim de semana há já nova São Silvestre no calendário. 

Para terminar, agradecer à organização o carinho que nos transmitem constantemente, agradecer a inclusão dos atletas no Mercado de Natal do Alqueidão da Serra, que visitamos todos os anos e agradecer a "carolice" de se aventurarem por uma prova destas, tão diferenciada das restantes mas que, a mim, tanto gosto dá fazer.


Entrega de prémios no Mercado de Natal do Alqueidão da Serra



 


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