Review: Salomon S/Lab Sense Ultra 5 (Colete)
2017 foi um ano atípico. Apesar de algumas boas prestações e de alguns resultados que me deixam orgulhoso, foi um ano muito inconstante e que a nível I-Tra, por exemplo, praticamente não teve expressão (nas 5 provas que contam para o Ranking nenhuma é de 2017). Depois destes maus momentos, precisava de "cortar" com tudo o que tinha corrido menos bem e procurar subir o nível de performance pelo menos "um furo" acima. Se a nível de treinos as coisas foram substancialmente diferentes, tendo já conseguido fazer algumas semanas com muita intensidade, precisava também de trocar algum do material que tinha vindo a utilizar e que além de ter já muitos sinais de desgaste, tinha algumas coisas que queria fazer diferente. Assim, fiz algumas compras que fui mostrando no Instagram e vou aproveitar o mês de Junho, um mês com pouca vertente competitiva, para os apresentar.
A primeira escolha recaiu sobre o colete, algo que acompanha um atleta de Trail Running praticamente em todas as provas e que se torna como peça fundamental para o seu bom desempenho. Queria experimentar algo com qualidade, com provas dadas e nada melhor para isso do que a Salomon, mais concretamente o Salomon S/Lab Sense Ultra 5! Devo admitir que o modo como os seus produtos são desenhados me deixa "fascinado" e já queria testar algo deles há muito tempo. Não me entendam mal, ninguém me "pagou" para falar sobre este tipo de material mas já que o escolhi e que o tenho usado com bastante intensidade, acho que se pode tornar útil partilhar a minha opinião sobre esta peça de equipamento.
Antes de vos dar a minha opinião em relação ao colete, queria-vos falar das minha expectativas... Como vos disse, no início do ano queria ir em busca de algo que me ajudasse a atingir os meus objetivos e tinha alguns requisitos a cumprir. Queria que o colete tivesse um tecido que não absorvesse água, queria bolsos com fechos (para quando tenho que transportar objetos importantes como chaves de carro e telemóvel) e queria acima de tudo acessibilidade a tudo o que o colete contivesse em momentos complexos como as provas. O primeiro ponto poderia ser analisado mas só conseguiria testar mesmo em prova, o segundo ponto era completamente preenchido pelos bolsos que descrevo mais abaixo e o terceiro requisito parecia também estar preenchido com uma análise pré compra mas que teria que ser testado numa situação real. Fui à 4Run, através do Ricardo Sá, umas das representantes da marca em Lisboa e acabei por trazer o colete e mais algum material do qual farei a review mais tarde.
Vamos então à minha opinião, já após alguns quilómetros em treino e bastantes quilómetros em prova. Vou separar a análise por vários pontos para tornar a avaliação mais fácil. Os primeiros três pontos seguirão a ordem das expectativas e depois analisarei o resto das características do colete. Aqui vai:
- A absorção da água, na forma de suor, pelo tecido do colete é praticamente nula! Já fiz provas curtas e com muita intensidade (25kms do EGT e 24kms do UTG), já fiz provas mais longas e que levaram mais de 7h (os primeiros 43kms do MIUT) e não senti por uma única vez que a mochila tivesse ganho peso durante a prova! Embora já fosse expectável é um ponto muito positivo e que até agora só tinha sido cumprido pela minha UD SJ, com a vantagem da Salomon ser muito mais leve!
Durante o Trail do Almonda, mochila apenas com material obrigatório (manta, telemóvel, água e suplementação) |
- A mochila tem 3 fechos com bolsos e tem mais 3 bolsas sem fecho e os dois compartimentos atrás. Os 3 fechos estão localizados em sítios de muito fácil acesso, para permitirem chegar facilmente ao que guardarmos lá. Até hoje utilizei os dois fechos laterais para os fins que tinha previsto, ou seja, objetos que não posso perder como chaves e telemóvel mas os bolsos são bastante compridos, chegando até ao compartimento traseiro da mochila permitindo assim levar um impermeável ou um corta vento para provas em que as condições climatéricas estejam muito instáveis ou onde as diferenças de desnível são muito grandes, podendo apanhar as 4 estações do ano num curto espaço de tempo, como por exemplo o MIUT que se desenrola entre os 0mts e os 1818mts. O fecho acima dos flasks pode ser utilizado com o mesmo fim dos dois fechos laterais mas eu aproveito para levar lá o meu "back up" em relação à suplementação que tenho prevista para a prova... É também uma boa solução para guardar uma GoPro, por ser muito acessível e ser comprida e larga. Nas bolsas à frente dos flasks costumo guardar a suplementação prevista da prova (tento sempre dividir pelos dois, para o peso se manter sempre balanceado durante a prova). Há também uma bolsa sem fecho por cima do outro flask mas até hoje não foi necessário utilizar, sendo o sítio onde levo o apito que vem com o colete por estar lá "atado". Sobram assim os compartimentos traseiros que levam o material mais volumoso. Na imagem que se segue vou mostrar o material obrigatório do EGT (a prova com mais material obrigatório) e onde guardei cada um dos elementos.
- A acessibilidade a todos os bolsos é o que mais me atrai no colete. Os fechos estão colocados imediatamente ao lado dos flasks o que faz com que não tenha que haver rotação do tronco para os alcançar. Os bolsos estão todos na parte frontal e lateral do colete para que grande parte da capacidade deste esteja acessível sem ter que o retirar. Além disso, os compartimentos traseiros têm espaço mais que suficiente para levar algum material extra que seja preciso, quer a nível de equipamento, quer de primeiros socorros, tal como fiz para o EGT - 25kms.
- Um dos pontos que mais gostei da mochila e que não tinha pensado nele foi a região dos flasks, por vários motivos. Em primeiro lugar os flasks mais compridos em vez de mais largos são uma vantagem enorme: não precisamos de tirar os flasks para beber, basta baixar o pescoço e chegamos ao flask. Depois os bolsos na frente do flask são muito justos mas grandes, dando perfeitamente para ter 4 géis e 4 barras o que se traduz numa aventura com +50kms feita sem qualquer auxílio. Tudo isto num espaço onde não incomoda rigorosamente nada. Na zona superior do bolso onde entra o flask temos um elástico (obrigado Tomás pela dica) que prende o flask mesmo quando este já não está totalmente cheio. Normalmente opto por ter o elástico até chegar a meio da capacidade do flask e depois tiro o elástico e deixo-o cair até ao fundo do bolso, para não andar a "saltitar".
Prova com mais material obrigatório até hoje do colete (lista acima) |
Pós Trail do Almonda, já com os flasks vazios |
- Os elásticos de ajuste na zona do peito são um pormenor muito, muito simples mas que demonstra o quão a pensar nos atletas é feito: um quadrado de tecido que se econtra no elástico, serve para através de um pequeno puxão, libertar o colete e se poder retirar das costas facilmente. Além disso, o elástico é completamente ajustável, o que faz com que mesmo com oscilações de peso naturais em provas muito longas, se possa ajustar o colete facilmente.
O teste ao colete ainda não foi levado ao limite, para isso precisava de uma prova longa feita sempre no máximo mas até agora com o que testei, está a ser ainda melhor do que estava à espera! Não referi pontos negativos porque honestamente, nunca senti um momento em que a mochila não estivesse pronta para o que quer que fosse ou que me estivesse a incomodar. Como disse no início, isto não é um post "patrocinado", é apenas a minha opinião sobre um equipamento que tenho utilizado e como tal, fui formando uma opinião. Se tiverem alguma dúvida mais não hesitem em perguntar nos comentários deste post ou no facebook do Caracol Apressado.
Olá Tiago! Consideras que os 5L são suficientes? Outra dúvida que tenho é relativamente aos bastões. Dá para levar no colete?
ResponderEliminarTenho o colete da compressport e nas provas acima de 50 km considero pequeno para tudo o que levo e tive que adaptar levar o impermeável por fora preso entre as costas e o colete. Estranhamente e com muito agrado verifiquei que permite apesar de pequeno levar os bastões...
Abraço e boas provas
Boas José... Em relação aos 5L serem suficientes, levei o material todo do EGT e ainda sobraram algumas bolsas, não me posso queixar (mas também na escolha do material opto sempre pelo mais leve).
ResponderEliminarEm relacão aos bastões, permite ajustar o quiver (comprado à parte) que é um suporte para bastões desenvolvido pela salomon para facilitar a utilização dos bastões... Como ainda não uso, não testei, mas quando o fizer dou novidades 😊