"The last dance" - G. P. do Vale Grande
A semelhança entre o título deste post e o título de uma das séries mais badaladas da netflix não é pura coincidência. Enquanto que a série relatava alguns dos momentos mais marcantes da última época do Michael Jordan nos Chicago Bulls, este post relata uma prova num projeto que já existia muito antes de mim, onde pouco "acrescentei" em termos coletivos, mas em que saí muito "fortalecido" em termos pessoais. Não me entendam mal, não me quero de todo equiparar ao nível estratosférico atingido pelo MJ, mas a qualidade da série é demasiado grande para que não me venha à cabeça no momento de falar na minha última época pela Juventude Vidigalense! Foram 2 anos recheados de bons momentos, de aprendizagem e de evolução. Fui sempre bem tratado e senti-me sempre acompanhado, mesmo não sendo uma peça fundamental do grupo. Tive oportunidade de privar com alguns dos melhores atletas nacionais, com alguns dos maiores talentos nacionais, tive oportunidade de correr ao lado e apoiar algumas das minhas referências de infância. Na última época participei ainda no apuramento para o Nacional de Clubes, uma oportunidade que muito agradeço e na qual dei tudo de mim. Foram 2 anos fantásticos e só tenho a agradecer a todos os que compõem o JV.
Passados 2 anos, é altura de ajustar a agulha. É altura de "mudar de ares", de entrar num projeto onde já conheço a maior parte dos atletas e onde vou trabalhar ao máximo para poder ajudar em todas as provas que participar! Hoje inicia-se uma nova etapa... Que venham as fotografias do G.P. do Atlântico para desvendar este novo projeto ( :p )
Vamos então à descrição da última prova com as cores da Juventude Vidigalense:
G.P. do Vale Grande
Distância: 9.92kms
Tempo: 00:35:56
Classificação Geral: 5º Classificado
Classificação Escalão: 5º SenM
As indicações eram simples... Treinar como se não houvesse prova, fazer da prova um treino específico mais intenso. Quando falei nesta “tática” à Inês, a resposta foi então são 10 séries de 1000 sem descanso… E não podia estar mais certa, a expressão encaixa que nem uma luva naquele que era o objetivo da prova. Fiz questão de não ver praticamente nada da prova (confirmei só a presença do Vitor Oliveira, que por já ter pertencido à equipa da Associação do Vale Grande, teria alguma probabilidade de estar presente), queria chegar, equipar e competir, sem pressões, sem constragimentos, um verdadeiro treino de séries.
Pensamento: “A prova começa a descer, vão sair fortíssimos”;
Realidade: Saída muito calma, ninguém assume a frente. Acabo por me destacar do grupo da frente, mesmo sem nada fazer por isso. De qualquer maneira, não tinha problemas em estar ali, deixei-me ir na frente da prova, sempre na tentativa de manter o ritmo confortável até se chegarem a mim. Ritmo: 3’19”
2ª Série de 1000:
Volta a uma zona industrial, uma subida ligeira, uma descida ligeira; O ritmo continuava sem estar demasiado alto. Se na ligeira subida o grupo da frente se foi aproximando, foi na descida que houve a colagem. O grupo da frente estava definido… Gosto sempre de tentar controlar quantos vêm, quem vem e gerir o ritmo para evitar sozinho, mas aquela prova não era para tempos, não era para lugares, então fiquei sempre na frente do grupo e muito poucas vezes olhei para trás. De qualquer forma, a corrida estava lançada, agora era ver até onde dava. Ritmo: 3’27”
3ª série de 1000:
Os ritmos não iam demasiado altos, mas também não era eu que os ia impor. Como se pode ver no vídeo da prova, andei sempre na linha da frente, mas o objetivo era não puxar… Apesar de tudo, este pensamento durou muito pouco. Ao fim de poucos metros do terceiro quilómetro o ritmo começa a endurecer e seria ali que se fariam as decisões.
4ª e 5 Série de 1000:
Para evitar repetições desnecessárias do texto, optei por juntar estes dois quilómetros. A toada foi sendo quase sempre a mesma, pendentes quase sempre negativas, a serem cada vez mais agressivas com a aproximação da metade da prova. Os ritmos iam sendo cada vez menos estáveis, com puxões de parte a parte e, porque me estava a sentir bem, optei por ir sempre respondendo e dizendo "presente" a essas tentativas de saída do grupo da frente. Não sei bem em que momento é que isso aconteceu, mas a verdade é que foi neste intervalo que o grupo da frente se ficou pelas 5 unidades e não mais se alterou.
6ª Série de 1000:
Final da parte a descer da prova. É neste troço que apanhamos a primeira grande subida, damos uma volta dentro da localidade e voltamos a descer o que tínhamos subido. Os 5 elementos do grupo vão-se mantendo. Durante a subida 2 deles ficam ligeiramente para trás, mas não de forma decisiva. Embora ainda não soubesse, as grandes alterações seriam feitas nos últimos 3kms e quem chegasse lá com mais força, teria grande vantagem. De qualquer maneira, geri a minha prova como até ali, tentei acompanhar sempre quem ia na frente e iniciei a descida na frente do grupo.
7ª a 10ª Série de 1000:
Não haverá descrição mais fácil deste troço do percurso... Uma fase plana onde se dá o abastecimento e de seguida, uma subida de 2.5kms, praticamente sem partes do percurso que não fossem a subir e, tal como disse atrás, onde quem tivesse mais forças para atacar, venceria. Mas a minha história da prova deu-se muito mais cedo do que nos metros finais. Assim que a prova iniciou a pendente positiva, a capacidade de agarrar aquele grupo era muito diminuta. Tentei ao máximo agarrar nos primeiros 500mts, mas os ritmos eram demasiado elevados para conseguir acompanhar. Restava gerir a prova até ao fim, de maneira a não perder lugares que tinha conquistado ao acompanhar o grupo da frente deste o 1ºkm.
Metros finais do G. P. do Vale Grande |
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