A minha mochila para 2017: Instinct Evolution Trail Vest

A vida enquanto atleta vai mudando... De época em época vamos evoluindo e juntamente com a nossa evolução vai também evoluindo a exigência que vamos tendo com o nosso material. No início desta época falei com a Cláudia Ramos e com o Nuno Duarte da WildStore e falámos sobre a minha mochila, a Ultimate Direction - Scott Jurek, que já estava a ficar velha e que estava a precisar de troca, afinal de contas já ia na segunda época a fazer muitos quilómetros, em treino e em prova e os elásticos já estavam a ficar estragados. Entretanto apareceu a oportunidade de experimentar uma mochila relativamente nova no mercado nacional, a Instinct Evolution Trail Vest. 

Instinct Trail Vest

A Instinct é uma marca francesa que tem como objetivo criar como que uma união perfeita entre o atleta e o equipamento que utiliza, como dizem no site deles pretendem criar uma relação entre ambos, que dê uma liberdade de movimentos enorme ao atleta, sem nunca descurar o material que deve ser transportado consigo. Devo admitir que não conhecia muito profundamente a marca antes desta oportunidade mas estes pressupostos deixaram-me curioso sobre como seria a mochila e como me adaptaria a ela depois de mais de dois anos com a anterior. Recebi-a em casa na semana anterior ao Ultra Trail do Piodão, junto com outro material de que vou falando no meu instagram e por aqui.

"Unboxing" da encomenda de material para 2017

Assim que a experimentei tentei perceber todos os locais onde dava para ajustar (vantagem de ser de tamanho único, pode-se ajustar tudo), de maneira a ficar mesmo justa ao corpo, como se fosse um colete feito à medida. Começei pelas laterais, é aqui que gosto que esteja mais justa, para conforto pessoal... É que quando os flasks estão cheios e andam a pular de um lado para o outro fazem-nos perder a fluidez dos movimentos de corrida. Com este ajuste, esse aspeto estava corrigido.

Elásticos laterais da mochila
Logo de seguida ajustei os elásticos dos ombros, um local que também tem que estar bastante justo uma vez que se estiver largo vai andar sempre a roçar o pescoço e pode fazer ferida. Este segundo ajuste aconselho a ser feito por outra pessoa, enquanto o colete está vestido, até para sentirmos qual é o exato momento antes de deixar de estar justo e passar a desconfortável. Os elásticos da mochila têm todos um fecho fácil para a mochila não ir alargando ao longo do exercício. Uma coisa ótima que as mochilas de tamanho único têm e a que não estava habituado é que com o avançar dos quilómetros o corpo acaba por ficar mais "chupado" e naturalmente a mochila fica desajustada... Com estes elásticos isso deixa de ser um problema uma vez que é só dar mais um ligeiro "aperto" e volta imediatamente a estar perfeita.

Elásticos superiores

Os bolsos da mochila são uma das principais diferenças para aquilo a que estava habituado, mas segundo percebi por outras marcas, são a evolução natural de todas as mochilas, ou seja, deixam de ter fechos "zip" e em grande parte dos bolsos não têm mesmo fecho nenhum. Como é muito justa, o material consegue manter-se no local, sem saltar, sem se mexer dentro dos bolsos (que são enormes, em prova já levei 3 géis, três barras e três pastilhas) e uma coisa também muito importante, sem se sentir a "roçar" no corpo.

Bolsos pretos, por baixo da entrada dos flasks

Isto é válido quer para os dois bolsos por baixo dos bolsos dos flasks quer o bolso amarelo por cima da bolsa do flask (sendo que esta tem duas camadas sobrepostas para garantir que fica tudo no bolso). É neste último bolso que se encontra também o apito, um requisito quase sempre obrigatório em provas longas e que pode ser fundamental em caso de emergência. Para finalizar o capítulo dos bolsos frontais só falta mesmo falar dos flasks. Uso os de 500mL da Hydrapack e parece que são mesmo feitos para esta mochila (não é por acaso que são os recomendados pela marca)... Quando estão cheios entram muito facilmente (não temos que estar preocupados em abrir bem os bolsos) e desde que os fechos estejam bem apertados, não saem de lá!

Os 3 bolsos, de cima para baixo: bolso com dupla camada + apito, bolsos flasks, bolso para barras

Atrás a mochila tem mais 4 bolsos, ou como gosto de chamar, compartimentos... É aqui que podemos meter todo o material obrigatório ou que prevemos que vamos utilizar durante a prova/treino. Um dos compartimentos, o mais junto às costas serve para meter o Depósito de Água, para quem prefira este método aos flasks ou mesmo para quem queira ter os dois. Depois, um compartimento igual ao do Depósito da água, mas separado por uma rede. Estes dois compartimentos estão "selados" por um fecho "macho-femea"... Este fecho apesar de parecer insignificante, é uma ótima ajuda psicologicamente porque as coisas grandes não passam pelo mesmo, logo é menos uma preocupação. Se a mochila estiver muito cheia, este fecho ajuda também a manter a mochila bem fechada/justa, para que o material não ande a "dançar" lá dentro.

Bolso para reservatório de água (preto), bolso igual ao do reservatório (amarelo) e o bolso mais exterior é o que falo de seguida

Depois existem mais dois bolsos, mais pequenos e sem fechos para material que precisemos de ter à mão.. Um dos bolsos tem o acesso por cima e outro tem acesso lateral. É neste último que estão os dois elásticos que podem transportar os bastões, garantindo assim um acesso fácil pela lateral, quer para os retirar, quer para os colocar. Vou dar três exemplos de utilização destes compartimentos para perceberem as suas dimensões e utilidade: Piodão, Trail de Pombal e Treino longo na Lousã.

Bolsa pequena com acesso superior (em cima, amarela) e bolsa pequena com acesso lateral (preta, onde está instinct)
Piodão:

  • Bolsa grande interior: manta térmica + frontal, basicamente o material que em princípio não precisaria mas que tinha que transportar por ser material obrigatório.
  • Bolsa pequena com acesso por cima: Pacote de lenços, estava algo desanrrajado dos intestinos e se precisasse de parar durante o percurso, era só aceder ao bolso.
  • Bolsa pequena com acesso lateral: Impermeável WAA. Era material obrigatório e o tempo estava algo inconstante. Felizmente o tempo esteve impecável e não foi preciso aceder à bolsa.
Mesmo estando com muito material a mochila manteve-se justa durante as 5h que durou a prova

Trail de Pombal:
  • Bolsa grande interior: manta térmica, pacote de lenços. A prova era "curta" e não precisava de levar muita coisa, basicamente era só para levar os flasks e os géis na parte da frente.
  • Bolsa pequena com acesso por cima e bolsa pequena com acesso lateral: vazias.
Mochila praticamente vazia, ao contrário do Piodão, parece um autêntico colete

Treino longo da Lousã:
  • Bolsa grande interior: manta térmica, sandes para meio do percurso.
  • Bolsa pequena com acesso por cima: pacote de lenços, só para jogar pelo seguro.
  • Bolsa pequena com acesso lateral: vazia, prevejo usar muito esta bolsa no inverno, para o impermeável, tal como no Piodão.
Mochila com pouca carga, mas mesmo assim mantém a forma de colete

Mais dois apontamentos que são importantes: na parte da frente da mochila conseguimos ajustar os fechos do peito para que os flasks estejam mais acima (para quem gosta de beber do flask sem o tirar da mochila) ou mais abaixo mudando assim também o ajuste da mochila. Tem que se ter todos estes ajustes em conta para ficar mesmo ao gosto de cada atleta. Por fim e um dos aspetos mais importantes da mochila é a rede que está em contacto com o nosso corpo... Esta rede faz com que o suor não fique acumulado na mochila, mantendo assim o peso e não se tornando incomodativo.

Rede da mochila e ajuste dos dois fechos para a altura dos flasks e da própria mochila

Não é garantidamente pelo material que os resultados não aparecem. Gostava só de agradecer novamente à Wild pelo ótimo aconselhamento, pelo acompanhamento que me têm dado e pela pronta ajuda a todas as necessidades com que vou aparecendo... Muito obrigado por tudo!

Comentários

  1. Muito interessante! A minha Salomon de 12l já tem 4 anos e infelizmente está a desfazer-se. Preciso de comprar uma nova e até agora tinha a ideia fixa de trocar por uma igual. Qual é o preço dela, sabes? Não a encontro nos sites do costume. A capacidade total é de quantos litros? Numa prova grande acabo por levar muito mais coisas do que tu, até porque me vou demorar muito mais, obviamente. Por exemplo, no MIUT parti com 5 barras e 5 geis, além do 1.5l do Camelback e o resto do material obrigatório. Sei que a minha Salomon de 12l se aguenta bem com esta "carga", ou seja, não deixa de ser confortável. Achas que esta pode ser uma boa opção?

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    1. Pois, é normal as mochilas começarem a degradar-se com o tempo, daí ter trocado a minha... O preço no site da Wild (http://www.wildstore.pt/epages/960368605.sf/pt_PT/?ObjectPath=/Shops/960368605/Products/INSTINCTVEST) é de 90€, mais baixo que as Salomon, daí achar que é uma boa solução. A capacidade é de 7L. As 5 barras e 5 géis levas muito facilmente nos bolsos da frente, já levei três de cada e sobrava espaço, o camelback tem mesmo bolsa para ele. O resto do material obrigatório não testei mas já vi tirar de lá de dentro o impermeável, umas calças de licra, uma camisola, uma manta térmica e acho que era só! Honestamente o facto de ser One Size a mim agrada-me muito e foi o que me fez mudar de marca (também tinha a ideia de manter UD)...

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