1ª Paragem 2018: Melhor forma de começar a época!

II S. Silvestre do Alqueidão da Serra

Distância: 10.26kms
Tempo: 00:37:15
Classificação Geral: 1º Classificado
Classificação Escalão: 1º SenM

Aquela que para mim é a foto da prova... Quem disse que em 10kms não se sofria?

Pelo segundo ano consecutivo disputava-se na aldeia de Alqueidão da Serra uma das primeiras São Silvestres do ano. Além de ser das primeiras tem uma característica que poucas têm: 270mts de D+ em 10kms! Com esta dificuldade a nível de desnível fica complicado pensar em bater os melhores tempos pessoais mas é um ótimo teste para perceber como está o corpo no início da pré época ou, como no meu caso, mesmo antes da pré época. Além deste teste que poderia fazer ao corpo, esta prova tinha também o fator motivador de ter sido a minha primeira vitória da época anterior e apesar de estar numa fase de descanso do corpo, iria tentar revalidar a conquista de 2016.

A semana anterior não foi de reset total ao corpo mas foi quase... Uns treinos curtos, para o corpo não desligar, recuperar algumas mazelas contraídas no final da época de 2017 (obrigado Luís Pereira pela disponibilidade e por teres deixado o corpo em condições de competir), excessos ao nível da alimentação e mesmo o descanso não foi o ideal! Resumindo, a semana mais atípica do ano no que a treinos diz respeito! Chegado a sábado, apesar de toda a "estragação", o corpo até estava descansado... O reduzido número de treinos tinha permitido fazer uma boa recuperação e sentia-me em condições de competir. Fui ajudar a montar a festa de aniversário do Caracol Trail Team que iria decorrer no dia seguinte e seguimos do local do aniversário, Pedrogão, até ao local da prova!

O local da partida era muito perto do local de 2016 mas ainda no caminho deu para percebermos que havia alterações no percurso (as setas no chão estavam em locais onde não tínhamos passado)... Ao verificar a diferença de desnível do ano anterior deu para perceber que este ano teria mais 40mts de D+, o que é mais do que muitas S. Silvestres têm ao longo de todo o percurso. Analisado o percurso, o início seria a descer, o que trazia um implicação, o ritmo inicial seria altíssimo e exigia um bom aquecimento. Estava na hora de equipar, tirar a foto de grupo e fazer a fase inicial da prova como reconhecimento e aquecimento.

Fotografia de família do Caracol Trail Team
As indicações no aquecimento eram boas... Ia dizendo ao Pedro Crispim que não tinha feito grande preparação específica para esta prova mas que apesar de tudo me sentia bem e ia dar o meu máximo! Fizemos cerca de 13' de aquecimento, uns alongamentos como o Luís tinha dito e estava tudo pronto para o início. Após umas breves palavras chegou a derradeira contagem decrescente e iniciei a minha primeira prova da (pré) época de 2018. 

Primeiros metros da S. Silvestre do Alqueidão da Serra

Como previsto o ritmo inicial foi muito elevado... Basta dizer que quando olhei para o relógio este indicava um ritmo imediato de 2'37''/km e que os tempos ao primeiro quilómetro e à primeira milha foram 2'58'' e 4'50'', respetivamente! Como já disse antes, os primeiros 1700mts do percurso eram a descer, o que tem influência direta nos tempos que disse antes, mas não deixam de ser significativos... Ainda assim, após uma partida muito rápida por parte de um dos atletas do Vieirense, foi outro colega seu que acabou por tomar conta da frente da corrida, Jorge Marcelino (que me tinha ganho quando fiz o RP aos 10kms na Corrida da Nazaré) e junto a ele ia o Rui Parrochinha, seguindo eu isolado no terceiro lugar a uma distância que tentei que fosse o mais curta possível para poder tentar compensar na subida que se seguia. 
Frente da prova... Aqui seguia na terceira posíção

Logo após esta rotunda iniciávamos a primeira subida e simultaneamente a primeira parte desconhecida por mim do percurso... Uma subida relativamente longa mas que por estar no início permitiu imprimir ritmos altos. Assim que se começou a sentir o desnível consegui colar ao Rui Parrochinha e como me sentia confortável, passei logo a perseguir o Jorge. Mas a verdade é que também me consegui chegar rapidamente e aproveitei que ainda me sentia com muita energia para aumentar o ritmo e tentar seguir sozinho... E consegui! Pensei comigo "benditas sejam as rampas" e tentei meter um ritmo forte até ao fim da subida para ganhar o maior avanço possível e poder compensar as diferenças de ritmos que poderiam vir na descida seguinte. O início da descida até me favoreceu, o pessoal do trail tem sempre mais facilidade em adaptar-se às alterações de ritmos provocadas pelo desnível mas o fim da descida, que era feito num cotovelo à direita fez com que voltasse a ouvir o Jorge mesmo atrás de mim. Como é imagem de marca da prova, assim que acabámos de descer iniciámos a segunda subida, esta com quase dois quilómetros de distância! Tentei meter um ritmo forte de início e consegui voltar a ganhar alguma vantagem, ainda que pouca. Sensivelmente a meio da subida esta aligeirava um bocado e esse momento coincidia com a passagem na mesma rotunda que a foto acima... O meu pai estava lá à espera e disse-me que já só vinha o Jorge a uma distância mais próxima! 

Segunda passagem na rotunda, com o meu pai a falar comigo e o Jorge lá atrás

Digo ao meu pai que me estou a sentir bem e tento fazer o que resta da subida a um ritmo forte mas é aqui que sinto a primeira quebra... Não foi o homem da marreta nem nada que se pareça mas senti as pernas a ficarem pesadas. Tentei gerir o melhor que pude, fiz os 500mts mais lentos do meu percurso (entre 4'16'' e 4'30'') mas assim que a inclinação abrandou, voltei a sentir-me melhor e consegui imprimir um ritmo alto na última fase inclinada da subida que coincidia com o abastecimento. É aqui o único reparo (construtivo) que tenho a apontar à organização, avisem o pessoal que está no abastecimento, que quando o atleta toca na garrafa, têm que a largar, caso contrário, acabam por ir parar ao chão como foram duas das que tentei agarrar... Ainda assim, lá consegui beber um gole de água e iniciei aquela que era a última e mais longa descida da prova! Como tinha conseguido fazer a última parte da subida bem melhor que a fase intermédia, a motivação estava alta e sentia que as pernas estavam a responder. Tentei que o corpo nunca adormecesse e quando olhava ligeiramente para trás nas curvas, não via o Jorge, o que só podia ser bom sinal... Esta descida coincidia com a primeira subida de 2016 e isso permitia-me ter noção da sua duração e do que faltava para iniciar a última subida, que consequentemente coincidia com a primeira descida de 2016. Assim que iniciamos a subida consigo meter um ritmo forte mas é a partir de meio da subida que olho para o relógio, vejo que falta pouco mais de 1km para a meta e tento ir ainda mais forte. Já não vejo de todo o Jorge e queria evitar ao máximo a ponta final do pessoal de estrada... E a melhor maneira de o fazer é meter também uma ponta final muito forte! Consigo voltar a meter ritmos abaixo dos 4'/km a subir e quando chego à última curva para a reta da meta percebi que a vitória já não me fugia. 

Última curva para a reta da meta
Quando cheguei ao fim tinha lá a comitiva de caracóis a bater palmas e quando cortei a meta, andei meia dúzia de metros para a frente e para trás e coloquei-me na posição que está na foto da prova (a 1ª do post)... Foi bom poder voltar a ganhar, com adversários diferentes e com um percurso diferente mas que admito me favorece. No final da prova os atletas tinham direito a banhos quentes e uma bifana e uma bebida na feira de natal, um local com barraquinhas onde podíamos comer mais qualquer coisa num ambiente bastante acolhedor! A entrega de prémios teve muitos caracóis presentes, entre os quais a equipa mais numerosa... É ótimo poder partilhar estes momentos com a família Caracol! 

Entrega do prémio da equipa mais numerosa, junto com os restantes troféus dos caracóis
As últimas palavras vão para a organização... Muito obrigado! Um evento modesto mas onde se sentiu uma enorme preocupação de agradar aos atletas. Um percurso duro, tal como a vossa localidade o exige. A marcação no chão que não deixava qualquer tipo de dúvida e o senhor na bicicleta que também ia guiando o caminho! E no final aquele ambiente final da feira de natal, muito bom... Tudo farei para em 2018 voltar a estar presente! 

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