2020-2021: A época CoVid nº 2

Abrimos este post com a foto do ano; Treinador/Atleta ou Pai/Filho, escolham vocês... O que importa é a paixão que dedicamos a isto e a maneira como puxamos um pelo outro! Venha mais um ano assim!


Dias estranhos, os que vivemos... Quer a nível pessoal, quer profissional, quer a nível desportivo, são muito poucas as certezas que temos. Cada vez mais nos tentamos guiar por planos a "curto prazo" quando toda a nossa vida nos disseram que devemos pensar a longo prazo. Se na vida isto até se ajeita, porque mesmo sem vermos o que está para lá da linha do horizonte, sabemos que há algumas linhas mestras que serão verdade ontem, hoje e amanhã, no desporto não é bem assim. Para atletas "amadores" como eu, em que não temos uns Campeonatos de Portugal como objetivo, em que vamos completamente com "navegação à vista", fica muito mais complicado gerir um mês de treino, quanto mais toda uma época. Foi com este pensamento que iniciei os treinos em Setembro, e foi com a motivação de poder ter provas num futuro próximo que comecei os treinos específicos.
A motivação era muito, mas a realidade rapidamente tomou conta de mim... Provas canceladas, isolamentos profiláticos e exclusão de provas por não ter "tempos" para as inscrições. Foi assim de Setembro a Novembro, tendo "arrecadado" os meus dois meses com menos horas a correr de todo o ano de 2020, durante esse intervalo de tempo.




Mas se houve coisa que aprendi no desporto é que "Águas passadas não movem moinhos" e era tempo de arregaçar as mangas. Voltar ao trabalho como se nada de errado tivesse acontecido e, entretanto, surge um convite para um desafio que já tinha sido cumprido em Julho de 2020, mas que se voltaria a repetir: 10kms em Tomar, com um grupo de amigos com ritmos muito parecidos aos meus, e onde tinha batido o recorde pessoal aos 10kms. Tal como escrevi na altura, o treino não era muito, a sensação de não fazer a mínima ideia de como o corpo iria reagir era crescente e só mesmo no dia poderia saber como se iriam desenrolar os ritmos. Quando cheguei a Tomar e fiz o aquecimento até ao local de partida, as pernas estavam a responder muito bem e, num dia em que correu praticamente tudo bem, saiu novo recorde pessoal aos 10kms: 32'22''! A abertura da época "competitiva" não podia ter arrancado melhor, agora era esperar por novas oportunidades de competir.

O momento "competitivo" dos 10kms em Tomar


Apesar de as provas continuarem a existir a bom ritmo, as inscrições estavam vedadas aos melhores atletas (e assim é que tem que ser), e tive que arranjar novas "táticas" para motivar o trabalho semanal. Os longos começaram a ser cada vez mais fortes e, aos poucos, fui-me aproximando de alguns dos meus Recordes Pessoais nas distâncias mais longas (a partir dos 15kms as tentativas para melhorar foram poucas ou nenhumas desde 2017, portanto está mais acessível). Em Janeiro, dois recordes estiveram prestes a cair: os 15 e os 20kms (52'40'' e 1h13'48'', ambas a menos de 1' do RP)... O trabalho que tinha sido intensificado desde Dezembro estava a dar frutos e agora só faltavam as provas para voltar a sentir aquela adrenalina especial de quem está a lutar por um lugar. 

Num espaço de um mês (entre 14 de Fevereiro e 7 de Março), fui capaz do melhor e do pior. Começando pelo princípio, e pelo melhor... Mais um treino em que tudo saiu certo! A moral estava em altas, as pernas estavam a responder otimamente e, "do nada", cai o RP aos 20kms: 1h11'42''. Não tenho noção de como seria este tempo em competição, mas que na altura dei aparentemente tudo o que tinha. Segundo RP da época a cair, e com ótimas perspetivas do que vinha aí. Em menos de um mês, todas estas boas sensações ficaram arrecadadas na dispensa e, ao tentar o meu RP à meia maratona, tive que abortar a tentativa pouco depois dos 10kms. O percurso não era o meu habitual e nem a presença de mais pessoas a tentarem bater o seu recorde ajudou a conseguir atingir o objetivo. 

Dia do RP aos 20kms



Felizmente que em Março a situação começou a melhorar, a oportunidade de competir em corta matos foi surgindo e, aos poucos, começaram a aparecer uma série de competições regionais que ajudaram a recuperar o ritmo competitivo. Pelo meio, uma das melhores experiências desportivas de sempre... Um estágio em Vila Real de Santo António, com alguns dos melhores atletas nacionais e internacionais (O Palco dos Sonhos). Vamos então ao resumos das provas que fiz nesta altura:

Corta Mato Distrital de Santarém: Primeira prova competitiva desde 02/08/20, prova com um bom nível, em que deu para meter ritmo nas pernas;

Corta Mato Regional de Lisboa: Bom nível, boas "lebres" e boas sensações em relação ao que poderia vir.

Campeonato Distrital de 10000 (Pista): Primeiro objetivo da época... Uma prova que começou algo tática, mas que foi subindo de ritmo até à luta pela vitória ficar resumida a mim e ao Bruno Gaspar. Um ataque forte a 1200mts da meta fez com que eu não conseguisse voltar a aproximar, mesmo com uma última volta completamente no limite. Vice Campeão Distrital Absoluto, Campeão Distrital Sénior;

Campeonato Distrital de Rampa: Uma prova de estrada, com muito sobe e desce e partidas em blocos de 5. As rampas não são neste momento o meu forte mas, acima de tudo, foi a diferença de partidas para o grupo dos favoritos que mais diferença fez. Fiz uma prova forte, mas sem noção do que se iria passar a seguir. Numa prova com a partida de todos os atletas em simultâneo não sei se faria melhor, mas a prova seria obrigatoriamente diferente. Vice Campeão Distrital Sénior.

Apuramento para o Nacional de Clubes: Pela primeira vez fui chamado a participar numa prova do apuramento para o nacional de clubes (A principal prova de clubes do ano), e tinha que pontuar nos 3000mts. O momento competitivo não era o melhor, vinha de um mau momento pessoal que acabou por afetar os treinos. Ainda assim, sabia que era possível cumprir os 9'30'' que estavam tabelados e, numa prova gerida do princípio ao fim, fiz 9'28'', a 1'' do meu RP. 

Campeonato Distrital de 5000mts: Aqui sim, uma prova com partida de todos os atletas com melhores tempos na primeira série. Mais uma prova tática de início, mas com contornos ligeiramente diferentes. Os tempos de passagem iam sendo todos bons, na sua maioria, mas toda a gente sabia que ainda teria que guardar forças para um final mais forte. O Nuno Ferreira (campeão distrital) saiu a 3 voltas do fim e apesar de saber que não poderia ir com ele, tentei meter um ritmo mais elevado e consegui sair do grupo onde vínhamos. A aceleração acabou por ser cedo demais, perdi o "fôlego" e acabei por ir parar a 4º absoluto. Aqui ficou mais uma vez provado que preciso de mais competição, para não cometer estes erros de sair cedo ou tarde demais. 

Corrida da Árvore: Uma prova com saída em blocos, no meio do Parque de Monsanto, com muito sobe e desce, em que o objetivo era meter ritmo nas pernas, no dia seguinte ao Campeonato Distrital de 5000. 36'49, numa prova de 10kms com 130mts de desnível positivo. 

Noites Quentes do Restelo: Uma prova com a qual já não estava a contar, mas que encaixou que nem uma luva no planeamento. A primeira experiência numa prova de 1500mts, com atletas mais fortes que eu e onde só tinha uma tarefa: Começar à morte e acabar morto! A corrida começou num ritmo alto, mais uma vez em pelotão, mas aos poucos os elementos iam "caindo" do grupo. Acabei por ficar sozinho com o atleta que ia em segundo, mas que ainda acabou por passar o que ia em 1º desde o início da prova na reta da meta. Foi uma ótima experiência, onde gostei muito da sensação de ter que sair forte e não pensar mais, só tinha mesmo que correr o máximo que podia. O tempo final foi 4'19'', muito melhor do que teria previsto inicialmente, e que fica assim como o primeiro tempo nesta distância. 


Resumindo o resumo: 

Recordes Pessoais: 10kms; 20kms;
Primeira Experiência na distância em Pista: 1500, 5000 e 10000mts;
Corta Matos: 2
Pódios Distritais: 2

Recordes Pessoais ao final da época:
1500mts- 4'19'' 
3000mts- 9'27'' (2020)
5000mts- 16'15''
10000mts- 33'32''
10k- 32'22''
15k- 52'01'' (2019)
20k- 1h11'42''
21k- 1h17'42'' (2016)


Este foi o resumo de uma época estranha, mas que acabou por sair com alguns bons resultados. Acima de tudo, o final de época, com mais provas, deixou umas ganas enormes de trabalhar bem, para que quando as provas surgirem no calendário, eu esteja pronto para dar o meu melhor! Após uma semana de pausa, já estamos de volta para preparar esta época, com alguns objetivos em mente. Para já, e caso não sejam canceladas provas, já tenho duas planeadas para as próximas semanas, mas os principais objetivos estão reservados para datas um pouco mais longínquas... Vamos a isso! 

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