Preparação da Primeira Ultra

 11 Maio de 2019 - Estrela Grande Trail - Campeonato Nacional de Ultra

Segundo os meus registos, este foi o meu último ultra trail! Passados quase 5 anos, estamos de volta! 

Foto do último Ultra Trail que fiz - Estrela Grande Trail 2019

Corria ainda o mês de Agosto quando voltei a pensar em fazer Trail. Tinha alguns assuntos não terminados nesta modalidade, tinha o bichinho das montanhas a correr nas veias e estava, claramente, a precisar de um novo desafio. Adoro treinar, adoro sentir a minha própria evolução, adoro chegar a uma linha de meta e perceber que tudo vale a pena. Este regresso implicava a aceitação de algumas regras pessoais: 

  • Tentar não saltar etapas na progressão;
  • Rodear-me da melhor equipa possível (falarei sobre isso nos próximos dias no Instagram);
  • Seguir um calendário que tivesse as provas que, desde que deixei de fazer trail, continuasse a acompanhar a todos os níveis. 
É neste último ponto que entram os Trilhos dos Reis. Quase desde que me conheço no trail que faço esta prova:
  1. 2016: 41.32km; 04:46:00; 24º Classificado; 13º SenM;
  2. 2017: 43.33km; 05:39:56; 85º Classificado; 44º SenM;
  3. 2018: 47.6km; 05:22:42; 15º Classificado; 8º SenM;
  4. 2019: 43.99km. 04:26:20; 11º Classificado; 9º SenM.
Desde que deixei o trail, continuei a acompanhar a prova, a acompanhar as reportagens fotográficas e, felizmente, percebi que esta não perdeu o seu espaço no calendário nacional. Se tudo isto não fosse suficiente para decidir o meu regresso, a vontade de voltar a fazer uma ultra, fosse em que condições fosse, estava a falar demasiado alto. Não me entendam mal, sei bem o que passei em 2014, quando me mandei "sem pensar" para o Ultra Trail de São Mamede sem preparação; Desta vez sabia perfeitamente que o nível de treino era elevado, simplesmente existiria sempre a sensação de que não estaria pronto, porque uma ultra exige uma preparação que está longe de ser fácil, seja para quem for. 

Para esta prova as ajudas não são muitas. O meu passado não pode influenciar, porque já passou demasiado tempo, a experiência recente também não ultrapassou os 36km e restava-me confiar nos treinos para me alinhar "pronto" para esta prova. Se até dia 21 de Dezembro tudo corria de feição (os treinos que se seguiriam estavam a deixar uma sensação de medo tão grande quanto de entusiasmo, porque significavam mais um salto na qualidade dos treinos), a manhã do dia seguinte trouxe más notícias: Febre (e eu não sou muito disso), cansaço enorme e até a respiração estava afetada. Fui tentando controlar os sintomas e, de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro (já explico esta data) consegui falhar "apenas" 4 sessões. Todas as outras, com maior ou menor grau de cumprimento (mais vezes menor), foram cumpridas. Realizei uma São Silvestre que já estava programada e, embora os sintomas da doença ainda estivessem presentes, consegui um resultado que me deixou agradavelmente surpreendido. O problema veio depois... Os dias que se seguiram à prova não foram mais fáceis que os anteriores, um treino deixava-me a sensação de ter cumprido uma maratona e restava-me esperar para que as boas sensações voltassem. E voltaram, no dia 3 consegui voltar a correr de forma satisfatória, com algumas boas sensações, ficando a faltar verificar a recuperação. No dia seguinte voltámos a testar e o corpo voltou a responder. Os sinais eram animadores, mas era importante testar o nível perdido com estas últimas semanas. O fim de semana que se seguiu foi de "testes" e o corpo reagiu bastante bem. Não estando no nível que pretendíamos (até porque os treinos que ficaram por fazer seriam importantes, como disse antes), estava num nível bastante aceitável. Toda esta descrição para explicar que os números finais não são exatamente como planeado, mas demonstram bem a preparação que foi feita para esta prova:
  • 4 meses e meio de preparação;
  • 3 meses com +400km;
  • 1 mês com 8000m de D+;
  • 5 trails (entre 20 e 36.5km) e 3 São Silvestres (as 3 com, pelo menos, 100 D+).
Agora é tempo de rebobinar a cabeça para trás e pensar como se gerem 46km. Se é verdade que o corpo não tem qualquer memória de ter feito algo assim, também é verdade que a cabeça ainda tem bem presente o que foram estas provas (e se existirem memórias esquecidas, tenho os meus antigos resumos para reavivar). Que os Deuses do Trail estejam comigo.

Bons treinos a todos e boa sorte para quem se vai apresentar em Portalegre neste fim de semana! 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

10ª Paragem 2023/2024: Primeira vitória numa ultra, Primeiro controlo Anti Doping no Trail

9ª Paragem 2023/2024: Ultra, porra!

4ª Paragem 2023/2024: Com um brilhozinho nos olhos!